19/04/2013

JUNG. Estilo e Vida

A psicologia de Jung não se restringe à fala, ao corpo ou a conduta, mas é, sobretudo, um processo de cura e de desenvolvimento pela transformação de alma e do mundo à sua volta.
Desde cedo, Jung expressou em imagens suas fantasias e os significados que atribuía à vida e às coisas. Foi aos poucos desenvolvendo sua aptidão estética através da pintura e da escultura. Poderia, certamente, ter seguido a carreira artística, mas preferiu usar esse dom a serviço das técnicas expressivas para o desenvolvimento simbólico dentro da ciência psicológica. pintava seus sonhos e mandalas para expressar vivências de totalidade, que reuniu em um livros de figuras emolduradas por letras góticas douradas, o famoso Livro Vermelho.
Jung também gostava muito de esculpir formas significativas de suas vivências e de seus sonhos. Espalhava as esculturas no jardim.  Velejava muito no lago de Zurique, em frente à sua casa, e um dia resolveu comprar um terreno em Bollingen, na extremidade do lago oposta a Zurique. Lá concebeu uma casa de pedra, com quatro torres mediavais, que expressam o quatérnio, número que representa a totalidade do Self. Ele participou intensamente da construção, talhando as pedras horas a fio, e ali construiu o seu templo, onde queria viver, imaginar, sonhar e escrever em contato com a Natureza, como se estivesse na Idade Média. Não havia eletricidade nem gás. Ele mesmo cozinhava num fogão a lenha. Seus convidados sempre o consideraram um grande cozinheiro. No rigoroso inverno, aquecia-se com lenha que ele próprio cortava com um machado e, à noite, escrevia à luz de lamparina.

Fonte: O livro de ouro da psicanálise

Nenhum comentário:

Postar um comentário